segunda-feira, 18 de outubro de 2010

                                                                                 


Antes de sentir-se chocado, pare e preste atenção na foto.

Extraia dela um momento de lucidez para sua própria vida.

A cena é triste, mas nela também pode-se ver muitas outras coisas.

A lente do fotógrafo captou mais que um momento comovente.

Um abutre observa, esperando o momento

desta alma se entregar definitivamente.

Não, a criança não está morta.

Seu corpo fraco, desnutrido, ainda porta uma chama de esperança.

Implode bem menos que nós, diante de nossos abrutes de brinquedo.

Talvez mais cinco minutos de vida.

Talvez que um anjo desconhecido com uma câmera fotográfica na mão,

que chute esse abutre e lhe dê a certeza de que vale a pena ter esperança.

Ela não tem um Deus dogmático, fé escrita nem nada a que possa se agarrar

para espantar o abutre que a espreita.

Tem dentro de si apenas um coração de criança.

Tem ainda dentro de si a vida.

E o abutre respeita porque na natureza, alimenta-se dos que se entregam.

Nada pode contra a vontade de viver...

Texto dedicado a todos que reclamam da vida fartando-se dela...



Autor Desconhecido